domingo, 26 de março de 2017
30 000 de novo
Há um país. Não falam muito dele. E quando falam falam errado. Mas eu boto o ouvido o ouvido na borda do continente, nas américas os telefones são assim, nosso povo, nossa telepatia pela borda, e recebo notícias de lá. Neste país quando alguém some, desaparece, quando alguém falta a aula por dias e a diretora chama os pais, quando alguém some da casa, do emprego, do empréstimo do banco, da internet, do locatário, da reunião de família. Da intervenção dos amigos. Quando alguém era mas não com certeza. Escapuliu. Não aparece. Quando alguém desaparece neste país dizem que quem sumiu foram 30.000 pessoas. Mesmo que este alguém seja uma pessoa só. 30 000 pessoas desapareceram hoje na província de Coalapatzu. 30 0000 no centro comercial San José de la Cuerva. No rio Aldomascor. Esta poderia ser uma lei, mas não é. É só algo que as pessoas se acostumaram em fazer pois é preciso estar atento. Nunca ninguém conseguiu definir ou reconhecer o que é um fim. Nunca se sabe se a história está começando ou se na verdade nunca havia acabado. É preciso estar atento.
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