quinta-feira, 22 de março de 2018
esquecida
existiu uma palavra que por não ser lembrada no exato momento (o exato momento foi quando duas pessoas se conheceram pela primeira vez, houve outras, mas esta é a mais importante) fez duas pessoas se apaixonarem. era para ser uma reunião dos fornecedores de uma marca de um carro, um carro movido a energia limpa, cujos pneus ainda custavam muito caro para o mundo. as duas pessoas já sabiam que iriam se conhecer, sabiam seus nomes completos mas não separados, como assinavam seus e-mails, qual era o telefone do setor de cada, e claro, a opinião uma da outra. as duas pessoas estavam em pé de guerra e divergiam, embora as duas lutassem pela vida de um carro, um mesmo casso, tinham ideias bem diferentes sobre isso. acontece que quando estas duas pessoas foram formalmente apresentadas, todo aquele papo sobre a reciclagem da borracha ou um novo tipo de material baseado em uma nova geometrização dos átomos de carbono que uma start-up filandesa estava desenvolvendo, desapareceram e o que veio em suas mentes foi uma outra coisa, exatamente a mesma palavra, que por coincidência nenhuma das duas pessoas conseguiu lembrar. elas ficaram ali conversando sobre outras coisas, na tentativa desesperada de lembrar o nome da palavra perdida, o que era mesmo, como se diz mesmo, o que era aquilo mesmo, e por não lembrarem simplesmente se apaixonaram. depois disto todas palavras pareciam por assim dizer desarmadas, sempre chegavam atrasadas e dormir da porta para fora do quarto, assim como os gatos. nem é preciso dizer, mas depois de algum tempo ambos (embora em tempos diferentes) lembraram da tal palavra.
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