quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
quando eu era menor era assim que eu começava a gostar do frio. nos casacos grandes e capas de chuva. colocar a mão no bolso. e pronto, dinheiro. um, dois reais, às vezes achava cinco reais. fazia parte de uma estratégia: no ano anterior eu plantava as notas ali mesmo para me surpreender mais adiante. mas eu sempre pensava que se tratava de sorte mesmo. e com a sorte compra biscoito, chocolate. é claro que eu não precisava de dinheiro naquela época. já hoje preciso. por isso quando coloco uma nota de 50 reais no bolso, como faço agora eu sei que ela não vai ficar ali muito tempo, eu sei que ela vai desaparecer em breve. a fome no meio da madrugada ou o conserto de um lava-louças a levará antes que o outono faça ranhuras na porta. eu acho que o dinheiro matou um pouco a sorte. e hoje não gosto muito do inverno.
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