preferia ter ficado deprê em casa
sem ter ninguém para calçar meus sapatos
meter a colher no chuveiro da lua
mastigar aflita uma felpa de horas
do que saber
você
seu sinal de perigo
sua placa favorita em pista rápida
seu novo namorado
velho cúmplice de colar tijolos
colar manhãs e ferros quentes
você
que rabiscou os planos de vida
nos casco de uma árvore
que o tempo já levou
que sempre esbanjou futuro
mas nunca conseguiu decidir nosso jantar
eu acreditei na imagem dessintonizada
guardei para mais tarde os tickets para o estádio
você e suas quatro namoradas
com as quais tinha que dividir você
na luta santa sangre sempre me restava
um ou outro braço seu
sempre cansado demais para dividir
a mesma velocidade
sempre saudável demais para erguer
um adeus
ficarei em casa
cavocando a própria pegada
talvez assim você não a reconheça na rua
ou não se atente em fazer chover só para
despistar meu próprio retorno.
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