O cinema sempre existiu. Segundo Piazan, o desejo de captar a realidade é antiguíssimo, e segundo os estudiosos que completaram essa frase, o que ainda não havia ainda era a tecnologia necessária e dinheiro, coisa que, a revolução industrial soube bem seduzir com suas patas e pratas. Rapidamente falando (não quero me prender a conteúdos que desfocam do centro de nossa discussão, tendência dos prolixos dos quais falo tanto mal, que me faz bem), o primeiro filme feito pela humanidade foi realizado por dois francesinhos à moda antiga, que estavam na moda das justas técnicas industriais e continham ( e por isso tinham justo o dinheiro requerido), que eram irmãos (e morreram assim), os irmãos Rubiére. Ambos tiveram a graciosa ideia de capturar a imagem de um trem saindo de um túnel. Esse para muitos historiadores, mais ainda, afiliados as linhas psicanalíticas fundadoras, é também o primeiro filme erótico já realizado pela humanidade já que contem em suas imagens um tipo de penetração (mesmo relacionadas a vias de locomoção), por associação, no seu subtexto, segundo eles, isso é um elemento, e mais ainda, uma tendência de sexualizar as coisas, que também como o cinema, sempre existiu. Em poucas linhas os Rubiéres não sabiam, mas estavam gerando o início da industria pornô, ainda que documental.
Desde essa data, muitas mudanças ocorreram como o primeiro filme falado, no qual Mitchell Blakson, no século XX, se inspirou para fazer sua mudança de cor de pele, chamdo o cantor de Jazz. Mais tarde surgiram escolas como a alemã ( que quase falhiu, pois era muito caro pagar os royattes de suas histórias já que os personagens reais viviam em outro mundo e o correio era muito caro na época). Podemos citar outros como a nova escola francesa (que ficou célebre pela fórmula: filmes sem dinheiro, sem roteiro, sem história, sem porquê e sem público), a nova escola brasileira ( que tinha como lema: vamos expulsar os brasileiros do cinema filmando no norte e vender todos rolos de filmes para a europa) ou o novo cinema sueco ( que davam suas cameras para crianças ou outras pessoas filmarem, semans depois voltavam para pegar a fita e editá-la na moviola).
Como o cinema é um ato coletivo, sempre existiu regras para sua convivência. No início do século XX, o Barão Le Dutron, depois de perder a paciência em ver cada imigrante ilegal levando sua comida para a sala ( lulas com abacaxi, sorvete de feijão, pretzel de diabéticos...), de não aguentar mais as mocinhas sendo flertadas pelos garotos e os senhores e senhoras pagas cometendo indescenciâs, criou o Manual Comportamental e Logístico das Cinematecas. Nelas estão previstas as condições que penduram até hoje (óbvio que com algumas modificações), das quais nós sempre achamos que era fruto de um acordo cultural, mas na verdade como tudo na vida, foi estipulado por um burguês do hemisfério norte que adorava comer galinhas sem usar talheres ou preservativos contra sujeita. São elas:
1. Todas as sessões devem ser feitas com as luzes apagadas com o intuito de:
- conter os instintos de interação social;
- impedir que as mães levem seus filhos em idade de chorar e ter medo de escuro;
- não tornar visível o excesso de sujeira no chão não limpado desde a primeira sessão do dia.
2. Pipoca e refrigerante serão as comidas oficiais dos cinemas pelas seguintes razões:
- Se as pessoas não estiverem satisfeitas com o filme, não jogaram tomates onde ele é projetado.
- A pipoca é barata de fazer mas pode ser vendida bem acima do preço.
- Ter algo para jogar nos chatos sem ser percebido.
3. É inserido um atraso mínimo para que o público fique mais ansioso.
4. Ninguém poderá levar sua própria almofoda ou cadeira, tendo que se sentar nas poltronas do local que são pregadas no chão e com divisórias unitárias.
5. Se no caso de um Best-Movie, todos espectadores tem de estar organizados na condição de que cada um tenha um chato que fique chutando sua poltrona pelas costas. Isso é para ensiná-los, pelo processo behaivorista, de que não se deve ver filmes de grande circulação, mas sim, filmes bons, não importando se são árabes ou da tailândia.
6. Os atrasados sentam na frente que é para não aprender a chegar atrasado, e atrás, sentam-se os idosos que não querem ser incomodados pelos barulhos das pipocas que não podem comer por questões anatômicas.
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