Queria colo e fazia isso calada. Nas caladas da noite que promete manter em segredo, lábios serrados, mas que quando se faz dia grita aos montes para ser lembrada.Naquele dia seu silencio devia estar dizendo alguma coisa.Por que motivo mais, ele tomaria sua expressão como fala? E serviu melhor o copo, e chegou em sua frente com o mistério dos que chegam a primeira vez.
“Está sozinha” – Disse o homem.
“Nós sempre estamos sozinhos.” – Respondeu a mulher.
Denunciou que tinha aparado suas garras de vida, ainda: “Principalmente em nossos sonhos. ”
E ele riu torto, como quem não sabe onde esta se enfiando enfiou a boca no copo de vidro, bebeu um gole para matar não a sede, mas a vergonha. Deu-a o prazer do seu silencio, que a ela, aproveitou muito bem tentando desdobrar as expressões de seu rosto para encontrar seus verdadeiros papeis. Por um instante, o homem elegeu uma frase e resolveu conseguir bem mais que uma resposta:
“E qual é o seu sonho?”
Sem se importar em ter êxito ou não, ela não hesitou. Muito menos confundiu álcool com verdade, mentira com desejo. Mostrou, a sua carne, onde se enfraquecia, e disse:
“Não ficar mais sozinha”
E ele riu tão bonito que a mulher pensou, era para convencê-la, estar num sonho.
Naquele dia ao chegar em casa, a mulher ficou com medo de dormir e acordar demais. Deixou sinais da realidade daquela noite, ao entrar e esbarrar em tudo ao mesmo tempo, colocando Kaki King para tocar, fez musica sem letra ela também, enquanto para não cair, segurava-se no que resistia ao seu redor, deixava cair o abajur, o auto-retrato de Don, o livro que não conseguia se livrar que Gil a emprestou para convencê-la que realismo mágico não presta. Pensar naquele homem, do que se preenchia , o que seus olhos seguiam e gostava de cegar, foi a despedida dos seus abertos .
Enquanto a fila do café desfilava pro fim, pensava ela em um possível começo. Naquele dia entrou naquele bar não para achar algo, mas porque tinha perdido alguma coisa. A fé, cabeceira da vontade, talvez. A bebida tinha lhe convencido que ela precisava ser tomada, derramada por alguma investida do acaso. Algumas cervejas e ela se tornou alegre, simplesmente por não precisar de motivos para se alegrar. Desafiou aos presentes, surpreende-la com uma conversa boba, o que não esperava era ser embrulhada a tal ponto de não saber o que fazer. Por que bem sabia ela que se estava sozinha, era porque ter alguém não desmerecia essa condição, só piorava. E muito sabia ela, dos sonhos que desviou nas curvas da vida que foram bem para onde ela queria. E ao contrário do que Gil acha, o realismo mágico não só presta como empresta lição de vida, de que às vezes o que não faz sentido pros outros, é todo o sentido pra que sente. Quando o homem desatinou a combinar as palavras bem do jeito que ela gosta, viu que já nisso havia um par. E quando o homem deixou notar um certo cuidado em escutá-la sempre com o melhor ouvido, ela perdera-se completamente. Por que, nada sabia quem era, um amor de cabine, uma figura paterna nunca antes presente, um amigo de conversas no parque, um imitador de tudo que ela se julgava original. Já pelo fato de ser outro dia, e não pensar em problemas dela e nada mais, sentia, já não estava mais sozinha.
Tinha o amado por todos os homens que não a amaram certo, em uma noite. Por que afinal, ela torcia por uma desculpa, para que seu beijo fosse ilegível, e seus braços longos demais para se satisfazer no seu corpo, mas quando o suor demorou a passar ,a respiração desacelerava na medida em que os braços do homem, braços que ainda não sabiam de quem ou pra quem era, apertavam-na, querendo-a, ficava difícil encontrar motivos.Naquela cama, aqueles dois ela também não saberia dizer quem eram, muito menos o que seriam, se seriam. O que sabia apenas, e tinha a maior certeza do mundo, é que naquela cama e naquela hora, haviam duas pessoas, sem medos, juntas, e principalmente: sonhando.
“Está sozinha” – Disse o homem.
“Nós sempre estamos sozinhos.” – Respondeu a mulher.
Denunciou que tinha aparado suas garras de vida, ainda: “Principalmente em nossos sonhos. ”
E ele riu torto, como quem não sabe onde esta se enfiando enfiou a boca no copo de vidro, bebeu um gole para matar não a sede, mas a vergonha. Deu-a o prazer do seu silencio, que a ela, aproveitou muito bem tentando desdobrar as expressões de seu rosto para encontrar seus verdadeiros papeis. Por um instante, o homem elegeu uma frase e resolveu conseguir bem mais que uma resposta:
“E qual é o seu sonho?”
Sem se importar em ter êxito ou não, ela não hesitou. Muito menos confundiu álcool com verdade, mentira com desejo. Mostrou, a sua carne, onde se enfraquecia, e disse:
“Não ficar mais sozinha”
E ele riu tão bonito que a mulher pensou, era para convencê-la, estar num sonho.
Naquele dia ao chegar em casa, a mulher ficou com medo de dormir e acordar demais. Deixou sinais da realidade daquela noite, ao entrar e esbarrar em tudo ao mesmo tempo, colocando Kaki King para tocar, fez musica sem letra ela também, enquanto para não cair, segurava-se no que resistia ao seu redor, deixava cair o abajur, o auto-retrato de Don, o livro que não conseguia se livrar que Gil a emprestou para convencê-la que realismo mágico não presta. Pensar naquele homem, do que se preenchia , o que seus olhos seguiam e gostava de cegar, foi a despedida dos seus abertos .
Enquanto a fila do café desfilava pro fim, pensava ela em um possível começo. Naquele dia entrou naquele bar não para achar algo, mas porque tinha perdido alguma coisa. A fé, cabeceira da vontade, talvez. A bebida tinha lhe convencido que ela precisava ser tomada, derramada por alguma investida do acaso. Algumas cervejas e ela se tornou alegre, simplesmente por não precisar de motivos para se alegrar. Desafiou aos presentes, surpreende-la com uma conversa boba, o que não esperava era ser embrulhada a tal ponto de não saber o que fazer. Por que bem sabia ela que se estava sozinha, era porque ter alguém não desmerecia essa condição, só piorava. E muito sabia ela, dos sonhos que desviou nas curvas da vida que foram bem para onde ela queria. E ao contrário do que Gil acha, o realismo mágico não só presta como empresta lição de vida, de que às vezes o que não faz sentido pros outros, é todo o sentido pra que sente. Quando o homem desatinou a combinar as palavras bem do jeito que ela gosta, viu que já nisso havia um par. E quando o homem deixou notar um certo cuidado em escutá-la sempre com o melhor ouvido, ela perdera-se completamente. Por que, nada sabia quem era, um amor de cabine, uma figura paterna nunca antes presente, um amigo de conversas no parque, um imitador de tudo que ela se julgava original. Já pelo fato de ser outro dia, e não pensar em problemas dela e nada mais, sentia, já não estava mais sozinha.
Tinha o amado por todos os homens que não a amaram certo, em uma noite. Por que afinal, ela torcia por uma desculpa, para que seu beijo fosse ilegível, e seus braços longos demais para se satisfazer no seu corpo, mas quando o suor demorou a passar ,a respiração desacelerava na medida em que os braços do homem, braços que ainda não sabiam de quem ou pra quem era, apertavam-na, querendo-a, ficava difícil encontrar motivos.Naquela cama, aqueles dois ela também não saberia dizer quem eram, muito menos o que seriam, se seriam. O que sabia apenas, e tinha a maior certeza do mundo, é que naquela cama e naquela hora, haviam duas pessoas, sem medos, juntas, e principalmente: sonhando.