segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
o cara
uma vez o amigo do meu amigo conheceu esse cara. o cara tinha uma casa que era um andar. na geladeira do cara o cara guardava uma planta. uma planta na geladeira. mas essa não é a história. o amigo do meu amigo conheceu primeiro a foto do cara na internet, depois o apartamento do cara, depois o cachorro do cara. eles transaram e depois o cara colocou uma música do ed sheep no sistema de som, botou bem alto, até as pinturas até ameaçaram cair e parecia que a sala tava gargalhando por isso. o cara disse você vai comer comigo agora. o cara cozinhou berinjela, fez uma salada com um pepino e cenoura. o cara contou uma história, de que seu avô veio da moldávia, e por isso o dedão direito do cara não tem sensibilidade. “meu avô perdeu o dedo, não numa mina, mas ao se descuidar com a enxada, talvez pensando no navio”. “meu avô tinha medo de água” disse o cara. o cara falou isso, disse meu amigo, porque o clima ficou esquisito depois de uma grande lambida de silêncio. o cara pensou que algo estava errado, tipo, o cara poderia ter outro cara, e o tempo do outro cara chegar estava acabando, ou o cara poderia ter gravado os dois caras fazendo sexo há dez minutos atrás em cima do tapete. mas o cara então fez uma voz diferente e meu amigo pensou algo do tipo como ele escondeu também essa voz?será que ele tem outras? será que se transarmos de novo será com essa voz e não a outra?, e dai meu amigo colocou a língua no penúltimo dente debaixo e descobriu um pequeno cabelinho preso, meu amigo culpou o cabelinho pelo mal estar e logo esqueceu. os dois jantaram e meu amigo foi embora. meu amigo e o cara transaram mais uma três vezes e nunca mais se falaram ou tiveram amigos em comum. então um dia meu amigo conheceu um cara que conhecia esse cara. parece que o cara tava muito gordo, e com um problema muito sério, disse o outro cara. então foi aí que meu amigo descobriu que o cara era viciado não em outros caras, não em sexo, mas sim de pegar caras, fazer sexo, mais especificamente, colocando comida dentro do cu dos cara e depois comendo ela logo em seguida. o cara gostava de comer a comida que tava dentro do cara junto com o cara, resumiu o cara amigo do meu amigo. mas ele não fez muito caso, com esse cara esperava, só ergueu as sobrancelhas como um airbag em uma propaganda, e depois de me contar, ele disse pra mim “tenho até hoje o cabelinho do cara, é tipo uma coleção de selo, só que são pedaços de caras, cabelos no caso”. depois meu amigo terminou seu cappuchino e postou a foto dele quando estava cheio na internet. Nunca mais falamos do cara.
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