quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não sofre não rapaiz. Aqui num tem mar não, mas alma da espuma sobra em marca nos monumentos.veja por você. Nessa cidade, à leste, alguns graus adivinhados, dois janguadeiros se esforçam pra não anoitecer junto com a tarde. Levantam caixas de papelão com a mesma força que atenuam quando tocam suas esposas. Os olhos vermelhos do encontro com o sal, aqui também há, um cansaço que incha a visão de ficar tanto tempo submerso. Meus peixes favoritos comem mel com pão batido em lanchonetes de azulejos Empretados e ventiladores de teto. Em minha frente três deles liberam palavras e riem mostrando o perigo dos dentes. O da direita admite, já foi, mas hoje não é. Enquanto o do fundo, que antes escutava guardando, mas hoje não quer, limpa a boca com um gole de cerveja amarela. Nenhum sabe, falo por eles, e o de barbatana mais arrugada deixa no ar: “nunca saberemos”.

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